quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística, ícone e epifania do Cristo servidor

Pe. Joaquim de Jesus Rocha Cavalcante

Introdução:
1. Gostaria de iniciar esta reflexão procurando compreender o conceito de ícone e de epifania. Ícone é uma figura, é uma imagem que remete para além do que se vê. A palavra ícone vem do grego “eikon” que indica imagem sagrada.
A teologia da imagem sobre a qual se inspira a arte iconofráfica tem seu fundamento na narrativa bíblica da criação: o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26). Esta imagem é o fundamento da nossa dignidade.
Cristo é a imagem do Deus invisível (Col 1, 15), é o primogênito de todos, a cuja imagem devemos conformar-nos (Rm 8,29). Ora se fomos configurados a Cristo pelo batismo e se a ele devemos conformar-nos em tudo, então somos ícone de Cristo.
Um ícone se impõe pelo seu valor pedagógico e sentido teológico. Já dizia São João Damasceno: ‘aquilo que a palavra é para os ouvidos, o ícone é para os olhos” (citado por J, Castellano Cervera,  Icona, in Dizionario di omiletica Roma ,  1998, 688-691. Cf. De Sacris imaginibus orationes 1,17 = PG 94,1248).
2. A segunda palavra provocativa atribuída à nossa pessoa é epifania. Também ela vem da língua grega “epiphàneia” que significa manifestação.
A verdadeira epifania se dá em Cristo que manifestou, a todos os povoa na pessoa dos magos, a salvação de Deus.
Portanto, eifania é revelação. Melhor dizendo, é ação revelatória que refigura e dá visibilidade o invisível. Nesse sentido, o menino da manjedoura é a refiguração da glória escatológica na rústica gruta de Belém (Mt 2,1-12).
Penso que essas considerações nos ajudam a entrar no verdadeiro sentido do tema principal da nossa meditação: “Ministros da eucaristia, ícone e epifania do Cristo servidor”.
O tema é provocativo e despertar no silencio da nossa existência dois sentimentos: o desejo de ser o que devemos atingir e a certeza de que muito nos falta para atingir o que desejamos.
 O texto que escolhi para orientar nossa reflexão é tirado do Evangelho de São João 12, 20-33.

Este texto foi proclamado no quinto domingo da Quaresma, deste ano. Alguns gregos queriam ver Jesus. Foram até Felipe de Betsaida na Galiléia. Felipe chamou André e os dois foram falar com Jesus. Jesus fala de sua glória a partir morte do grão de trigo. Vamos entrar no texto considerando três partes dele: Parte I.



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