domingo, 21 de dezembro de 2014

MENSAGEM DE NATAL DO PAPA FRANCISCO, 2014.

PARTILHO COM TODOS OS MEUS AMIGOS E FAMILIARES ESTA LINDA MENSAGEM DE NATAL DO SANTO PADRE O PAPA FRANCISCO E FAÇO MINHAS CADA UMA DAS PALAVRAS DESTA SUAVE MISTAGOGIA QUE NOS REPORTA AO CORAÇÃO DO MISTÉRIO DO VERBO QUE SE FEZ CARNE.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Feliz Natal do papa Francisco!
O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor.

Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.

O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.
Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.
Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne.
A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor.
A estrela-guia do Natal é você, quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor.
Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos.
A música de Natal é você, quando consegue também sua harmonia interior.
O presente de Natal é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano.
O cartão de Natal é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.
Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
A ceia de Natal é você, quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.
Você é a noite de Natal quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio recebe o Salvador do Mundo.
Um muito Feliz Natal a todos que procuram assemelhar-se com esse Natal.
Papa Francisco
Postado por Programa Nos Passos de Paulo às 11:38

terça-feira, 15 de outubro de 2013

12 frases marcantes do Papa na entrevista a Scalfari

“Os chefes da Igreja muitas vezes foram narcísicos e excitados pelos seus cortesãos. A corte é a lepra do papado”

01.10.2013
IMPRIMIR
© ALESSIA GIULIANI/CPP




Leia a seguir 12 passagens marcantes da entrevista que oPapa Francisco concedeu ao jornalista Eugenio Scalfari, do jornal La Repubblica.

* * *

“O mundo é feito de estradas que nos aproximam e distanciam, mas o importante é que nos levem para o Bem.”

“Cada um de nós tem uma ideia do Bem e do Mal e deve fazer a escolha de seguir o Bem e combater o Mal como o concebe. Isto bastaria para melhorar o mundo.”

“Os chefes da Igreja muitas vezes foram narcísicos e excitados pelos seus cortesãos. A corte é a lepra do papado.”

“A Igreja é e deve voltar a ser uma comunidade do povo de Deus, e os presbíteros, os párocos, os bispos estão a serviço do povo de Deus.”

“Quando encontro um clerical, me torno anticlerical de vez. O clericalismo não deveria ter nada a ver com o cristianismo.”

“Os jesuítas foram e ainda são o fermento – não os únicos mas, talvez, os mais eficazes – da catolicidade; cultura, ensino, testemunho missionário, fidelidade ao Pontífice.”

“A um certo ponto, uma grande luz me invadiu. Durou um instante, mas me pareceu algo longuíssimo. Depois a luz se dissipou. Levantei-me e me dirigi até a sala em que me esperavam os cardeais e a mesa sobre a qual estava o ato de aceitação. Assinei-o, o cardeal camerlengo o assinou, e depois foi o momento do ‘Habemus Papam’.”

“A graça faz parte da consciência, é a quantidade de luz que temos na alma, não de sabedoria nem de razão.”

[Falando sobre São Francisco de Assis] "Passaram 800 anos desde então e os tempos mudaram muito, mas o ideal de uma Igreja missionária e pobre permanece mais do que válida. Esta é a Igreja que foi pregada por Jesus e pelos seus discípulos.”

“Sempre fomos minoria mas o tema, hoje, não é este. Pessoalmente penso que ser uma minoria pode ser uma força. Devemos ser uma semanete de vida e de amor e a semente é uma quantidade infinitamente menor da massa dos frutos, das flores e das árvores que nascem da semente.”

“Os padres conciliares sabiam que abrir-se à cultura moderna significava ecumenismo religioso e diálogo com os não-crentes. Desde então foi feito muito pouco nesta direção. Tenho a humildade e a ambição de querer fazê-lo.”

“Certamente não sou Francisco de Assis, e não tenho a sua força e a sua santidade. Mas sou o Bispo de Roma e o Papa da catolicidade. Como primeira coisa, decidi nomear um grupo de oito cardeais para que sejam o meu conselho. Não cortesãos, mas pessoas sábias e animadas pelos mesmos sentimentos.”

sábado, 5 de outubro de 2013


A FÉ CELEBRADA NA LITURGIA
Pe. Joaquim Cavalcante
Diocese de Itumbiara

O Senhor confiou à sua Igreja a tríplice responsabilidade de guardar o Depósito da Fé, celebrar a fé e a missão de anunciar a toda criatura a Boa Nova da salvação (Mt 28,19).

Essa tríplice e grave responsabilidade da Igreja nos coloca diante de três considerações regidas por três verbos, a saber: guardar, celebrar e anunciar.

Gostaria que esta minha intervenção, embora singela e despretensiosa, somada ao contributo relevante dos que me precederam e dos que falarão depois de mim, tudo somado, possa enriquecer o debate teológico e atingir as expectativas desta semana acadêmica.

ð Primeira consideração, guardar:

Guardar o Depósito da Fé é acolhera revelação divina em sua totalidade. À Igreja é confiada essa grave responsabilidade guardar para celebrar e anunciar. É nesse sentido que podemos compreender o que diz a Constituição sobre a liturgia: “a liturgia é cume e fonte” (SC,10). Por que é cume? Porque tudo o que a Igreja crê, professa e anuncia converge para a liturgia.

E por que é fonte? Porque toda a força para o agir  da Igreja, no cumprimento do mandato do Senhor, emana da liturgia. Nesse sentido, não se pode compreender a Igreja sem a liturgia nem a liturgia sem a Igreja.
A Igreja guarda o tesouro da fé não como quem o esconde (como fez aquele operário que mereceu a reprovação do Senhor Lc 19,20-24), mas como quem tem a responsabilidade, primeira, de oferecer esse tesouro ao mundo sem alterar ou profanar a essência do conteúdo que lhe foi confiado.

Guardar o tesouro da fé não significa soterrá-lo ou colocá-lo dentro de um baú trancado a sete chaves. O tesouro da fé é confiado à Igreja (faço questão de usar o verbo ser no presente do indicativo), é confiado para ser celebrado e anunciado.

Na economia litúrgica, a Igreja celebra e atualiza o mistério revelacional, cujo ponto “alfa” é a Anunciação a Maria que inaugura a plenitude dos tempos (Gl 4,4). E, pode-se dizer que, o ponto “ômega” deste mistério celebrado pela Igreja é a páscoa de Cristo.

É fascinante o mistério que celebramos inaugurado com a anunciação a Maria. O Espírito Santo, que é o Senhor da  vida, “fecunda divinamente o ventre de Maria fazendo que ela conceba o Filho eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua” (CIC, 485).

Sim, o Verbo eterno se fez pessoa no ventre de uma filha de Israel, Maria de Nazaré. Diz o Apóstolo na Carta aos Gálatas: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho nascido de uma mulher para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E porque sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama Abba, Pai”! (Gl 4,6).

Por conseguinte, o mistério da anunciação e encarnação desvela e dá rosto ao mistério tremendum o qual, no mistério da liturgia, lugar e espaço convivial, o mistério que outrora parecia inacessível torna-se palpável e fascinante, saboroso e inebriante. Celebrar é conviver com o mistério.


ð Segunda consideração, celebrar:

Podemos perguntar: o que celebramos? - Celebramos o mistério da fé que é o mistério de Deus em si mesmo, Pai, Filho e Espírito Santo. Celebramos a Trindade que nos salvou. Celebrando esse mistério, a Igreja torna célebre o evento pascal e o atualiza como momento histórico da salvação. O mistério pascal de Cristo é a obra prima da Trindade. Celebrando a Igreja atualiza a obra da redenção humana e, do nascer ao por sol, cumpre “a perfeita glorificação de Deus”.
A teologia litúrgica da Constituição sobre a Sagrada Liturgia está centrada sobre a história da salvação e a celebração litúrgico-sacramental vem compreendida como momento histórico da salvação.

         Diz o Concílio: “Esta obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, da qual foram prelúdio as maravilhas operadas no povo do Antigo Testamento, completou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal de sua sagrada paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão. Por este mistério, Cristo, ‘morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, recuperou a nossa vida’ (Prefácio da Páscoa). Pois, do lado de Cristo agonizante na cruz nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja. Portanto, assim como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também ele enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para pregarem o evangelho a toda criatura, (…) mas ainda para levarem a efeito o que anunciavam: a obra da salvação através do sacrifício e dos sacramentos, sobre os quais gira toda a vida litúrgica. (…) Desde então a Igreja jamais deixou de reunir-se para celebrar o mistério pascal: lendo ‘tudo quanto a ele se referia em todas as Escrituras’ (Lc 24,27), celebrando a eucaristia, na qual se torna presente a vitória e o triunfo de sua morte (Conc. de Trento) e, ao mesmo tempo, dando graças ‘a Deus pelo dom inefável’ (2Cor 9,15) em Jesus Cristo, ‘para louvor de sua glória’ (Ef 1,12), pela força do, Espírito Santo” (SC 5s).

Como estamos vendo, a fé celebrada na liturgia é a fé de toda a economia da divina revelação, é a fé dos Patriarcas e profetas, a fé bíblica e de toda a Tradição, é a fé dos Santos Padres, a fé sistematizada no dogma e nos Sagrados Concílios.

A fé celebrada no esplendor da singeleza da ritualidade litúrgica é a fé dos pastores e doutores, dos santos e mártires, isto é, a fé daqueles e daquelas que nos precederam no Batismo e que tiveram suas festes lavadas no sangue do Cordeiro (Ap 7,14).

A fé celebrada na liturgia no tempo da Igreja é a fé de Agostinho de Hipona e Ambrósio de Milão, de Crisóstomo de Constantinópole e Policarpode Esmína, é a fé de Rosa de Lima, de Oscar de El Salvador, Adelaide, Doroth, de Luciano Mendes e de Helder Câmara, Chico Mendes e Ezequiel Ramin, é a fé de Madre Teresa de Calcutá e de Madre Dulce da Bahia, a fé de Vieira, Anchieta e de frei Galvão.

Alguns desses nomes, muitos de nós os conhecemos,são testemunhas de primeira grandeza, embora pouco evocados, alguns até banidos da memória eclesial do momento.

A fé que celebramos, meus amigos, é a fé confessada e celebrada por Pedro, primeiro Papa, é a fé de todos os seus sucessores até Francisco, florão da América, fagulha de esperança e inspiração para todos nós.

Celebramos a fé porque a liturgia é a confissão ritualizada da fé e a fé celebrada é a fé dos Apóstolos, é a fé trinitária confessada pelo catecúmeno antes da tríplice imersão. Celebramos a fé que a Igreja transmite à criança ou ao adulto no simbolismo daquele rito absurdamente singelo e profundamente eloquente, uma vela é acesa na luz do Círio Pascal, em seguida, é entregue ao neófito dizendo: “recebe a luz de Cristo”. Por conseguinte, a fé celebrada na liturgia é a fé da Igreja.

ð Terceira consideração, anunciar:

O evento celebrativo é, por si, um anúncio suave e retumbante. A natureza e a estrutura da celebração litúrgica é essencialmente marcada pela dimensão escatológica. Na liturgia não só anunciamos a morte e a ressurreição do Senhor, mas esperamos ardentemente a sua segunda vinda.

Depois da narrativa da instituição da Eucaristia, vem um anúncio que irrompe aquele silêncio próprio da contemplação e diz: “eis o mistério da fé”. Ao que todos respondem com a mais legítima aclamação memorial: “Anunciamos, Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus”! Maranatha!

Ora, esta aclamação memorial é o grito de esperança que expressa, também, a certeza da fé vivida e celebrada no hoje-kairós da liturgia e da Igreja. Pelo mistério da liturgia, a Igreja afirma, proclama e anuncia a presença do ressuscitado.

Porém, ao mesmo tempo em que diz: “está no meio de nós”, ela clama por sua presença, dizendo: “vinde, Senhor”! sim, está presente pela mediação dos  sinais e virá na plenitude da sua glória “para julgar os vivos e os mortos.”

A espera da volta imediata do Senhor cultivada pela comunidade nascente é celebrada pela Igreja, todos os dias, até a consumação dos séculos.

Como vimos, a liturgia é perene anúncio escatológico na história e esse anúncio faz de cada celebração momento histórico da salvação. A liturgia não pode ser reduzida a um evento para celebrar as lutas e as vitórias históricas, ela é evento salvífico que impregna o mundo e a história do mistério da páscoa de Cristo.

A Eucaristia, mistério central da vida da Igreja, presentifica e anuncia o banquete da Jerusalém celeste. Celebrando, pregustamos e participamos da liturgia do céu. Diz um texto do tropário  de  quinta-feira da liturgia de São Basílio: “Hoje, ó Filho de Deus toma-me como comensal da tua mística mesa, não darei o mistério aos teus inimigos, não te darei o beijo de judas, mas como o ladrão te confessarei, recorda te de mim, ó Senhor, quando estiveres no teu reino” (texto 68).

Para o céu caminhamos como peregrinos na esperança de chegar onde o Cordeiro está sentado à direita do Pai (SC, 8). Toda a ação liturgia é permeada da presença do eterno mesmo inserida no transitório e temporal.

No Evangelho, encontramos parábolas falando sobre o reino como uma celebração que pede uma certa dignidade no vestir, é uma festa de comunhão e alegria. Nesse sentido, a primeira destinatária desse anúncio é a comunidade eclesial chamada a vivera comunhão eterna na presença do ressuscitado.
  
ð Conclusão
Depois dessas palavras, gostaria de pontuar, em caráter de considerações finais, três aspectos que podem ser compreendidos, também, como provocações que ampliam o debate atual:

Primeiro aspecto, o anuncio do silêncio litúrgico. Guardar o silêncio. O silêncio é a palavra do mistério, é a teofania do mistério. O mistério é mais que parte integrante da economia ritual da celebração. O mistério é o que a liturgia celebra. Por isso é preciso ouvir o silêncio, linguagem do inefável que nos contagia. O mistério é o inefável no superlativo absoluto.
O indizível pede atitude. Por isso, diante dele, a inteligência humana se rende, os joelhos se dobram e o coração dispara. E não poderia ser outra nossa atitude. O silêncio nos exercita para o gozo da parusia que a eternidade em sua plenitude.
O silêncio evoca o dinamismo da comunhão plena a que toda existência clama e é vocacionada. O silêncio litúrgico anuncia o estado da existência efêmera irrompida pela suavidade do eterno.
 Na oração silenciosa, a fé é alimentada para audácia da martiria. Para mim, a sinfonia mais bela da fé celebrada é o silêncio. Sinto que as notas da partitura do silêncio são compostas pelo Espírito Santo. Logo, o silêncio é a sinfonia da fé e do Espírito. E segundo Adélia Prado, o silêncio faz da missa o evento “mais absurdamente poético”. Portanto, é um ato de fé não deixar o silêncio como refém dos ruídos e das estridências que invadem a celebração.

Segundo aspecto, celebrar a fé deixando se contagiar pela conversão de linguagem e conversão de hermenêutica litúrgica.. sabemos que a ontologia do mistério é a gratuidade absoluta. Se “a fé ama saber”, o mistério sabe e ama se desvelar na poesia da gratuidade. A fé celebrada pede a conversão de hermenêutica litúrgica e de linguagem litúrgica. Às vezes para descrever o ato, negamos o fato. Por exemplo: a expressão, “comunhão sob as duas espécies”. Existe comunhão sob? A linguística, a gramática e a filosofia da linguagem poderiam ajudar a teologia litúrgica. Comunhão sob o corpo, diz mais que comunhão ao corpo? É contagiante a linguagem simbólica da ritualidade litúrgica. Ela toca o universo antropológico com a força, por exemplo, do único cálice, do qual toda a família eclesial bebe do sangue do Cordeiro.

Terceiro aspecto: Anunciar a fé na perspectivada Tradição e do vigor profético. Se quem celebra a liturgia é um sujeito eclesial e se por sujeito eclesial entendemos a Igreja da Trindade, logo a liturgia é ação conjunta da Trindade e da Igreja. Isto é, o mistério tri-relacional se dá na ação litúrgica eclesial. Quando digo mistério, penso no indefinidamente pressentido e me reporto para o axioma da teologia clássica Lex Credenti, ou seja, a norma de crer. Celebrar é ritualizar a fé e isso não deixa de ser um sinal profético no meio da indiferença.
A Lex Orandi é a fé compreendida em ação. É a fé celebrada na liturgia e vivida no exercício da caridade, da diaconia, da martiria e da coinonia.
A isso, pode-se chamar, também, de Lex Vivendi, ou seja, a norma de viver. Entendo que a vida do fiel deve ser sinal sacramental da sacerdotalidade de Cristo e de todo seu agir. A fé celebrada suscita no fiel a mística trinitária refigurada nas atitudes e gestos éticos de cada batizado. A vivência cristã é entendida como a sintonia entre crer, orar, e agir. Por isso devemos guardar o tesouro que recebemos, devemos celebrar a fé que professamos e devemos anunciar a morte, a ressurreição e a vinda gloriosa do Senhor. Afinal, crer é viver e anunciar o que se  professa e o que se celebra. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Teologia e a mística da Carta Apostólica "Porta Fidei"


ENCONTRO DIOCESANO DE MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA SAGRADA COMUNHÃO

“A TEOLOGIA E A MÍSTICA DA CARTA APOSTÓLICA PORTA FIDEI” (texto a ser corrigido).
Pe. Joaquim Cavalcante

O Ano da Fé iniciou em 11 de Outubro de 2012 e vai até a festa de Cristo Rei, em 2013. Na verdade, cada ano na vida da Igreja poderia ser descrito e chamado de Ano da Fé. Então o que tem de especial em um Ano da Fé?

Antes de tudo, não é a primeira vez que a Igreja proclama um Ano da Fé. Em 1967, Paulo VI proclamou um Ano da Fé para comemorar o 19º Aniversário dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

O Papa Bento XVI compreendeu o Ano da Fé como um momento solene para toda a Igreja fazer uma autêntica e sincera profissão de Fé, como os grandes apóstolos Pedro e Paulo.

Este é um ano especial. No coração deste ano de graça é que cada fiel, cada batizado: individual e coletivamente, faz livre e conscientemente a autêntica profissão de fé.

Portanto, toda a Igreja espera que nós, fazendo nossa renovada profissão de fé, sejamos revigorados, purificados e confirmados na fé e que confessemos nossa fé com maior confiança, liberdade e convicção.

Este Ano da Fé é singular. Ele se dá no contexto do 20º Aniversário do CIC, o 50ºAniversário da abertura do Concílio Vaticano II e, em outubro, os Bispos do mundo estarão reunidos para refletir sobre  “a nova evangelização e a transmissão da fé cristã”.

Tudo contribuirá para que nós sejamos confirmados na fé apostólica sistematizada no dogma, pensada pela teologia e celebrada na liturgia. Esta é a fé da Igreja. A fé ilumina a razão e a razão explicita e ajuda a compreender a fé. Desse modo, entendemos que uma não se opõe à outra.

O Ano da Fé interpela muitos aspectos da nossa fé pessoal e comunitária ou eclesial. O CIC nos ensina dizer eu creio e nós cremos. Dizer eu creio é expressar minha “adesão pessoal e meu consentimento livre a toda verdade que Deus revelou” (CIC,150). A fé é um ato pessoal: é a resposta livre do homem à iniciativa de Deus que se revela (CIC, 166).
E o que significa dizer nós cremos? Significa que a fé não é um ato isolado (o fato de ser um ato pessoal não quer dizer isolado). O Catecismo ensina que “ninguém pode viver sozinho, ninguém deu a fé a si mesmo, como ninguém deu a vida a si mesmo” (CIC, 166). A fé é dom de Deus, dom recebido mediante a pregação e o testemunho de outros. Se recebermos a fé de outros, devemos transmiti-la a outros.

Dizer eu creio é a forma da adesão do ato batismal. Dizer nós cremos é a forma confessada pelos bispos reunidos em Concílio ambas as formas expressam a fé da Igreja que na liturgia responde a Deus com sua fé e nos ensina a dizer: eu creio, nós cremos  (CIC , 167).

Penso que o aspecto mais fortemente interpelador é o do serviço e o da gratuidade. Santo Agostinho nos ensina que o verdadeiro servo de Deus, “gosta mais de ouvir do que falar” (in ontologia Litúrgica, 3332). Eu direi que a pessoa que assume uma função na sua comunidade de fé, ela deve se sentir melhor e mais feliz servindo do que sendo servida.     O Ano da Fé é um apelo fortíssimo à autêntica conversão ao Serviço.

Naquela noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, antes de dar o pão e o vinho aos seus discípulos, ele lavou os pés de cada um deles. Mas para que Jesus lavou os pés dos doze? Para dar-lhes uma lição não com palavras, um ensinamento não com discurso verbal, mas com uma atitude, um gesto concreto e incontestável.

Pedro reage dizendo: “Jamais me lavarás os pés” (Jo 13, 6). Jesus é bem claro e contundente: se eu não lavar os teus pés, tu não terás parte comigo. Isto é, se tu não me permites lavar os teus pés significa que tu não estás disposto a servir os outros.

Meus irmãos,  quem não assume o ministério na ótica e na mística do serviço, jamais se santificará por meio dele. Não nos esqueçamos de que o nosso serviço, o nosso ministério é fonte de santificação para cada um de nós.

E quando o ministério deixa de ser fonte de santificação? Quando nós nos servimos do nosso ministério para nos beneficiar perante a sociedade, quando fazemos dele uma fonte de proveito próprio.


Por exemplo, Judas Iscariotes se serviu do convívio intimo com o Senhor para ganhar 30 moedas. Isso é vergonhoso, mas aconteceu. Até quando os escolhidos  e escolhidas do Senhor vão continuar perto dele para se beneficiarem? Quando nosso ministério não é movido pela gratuidade da fé, ele é reduzido a uma mera vantagem pessoal.

Alguns contabilizam quantas comunhões recebem por mês e quantas vezes tocou o corpo de Cristo enquanto distribuem  a comunhão, mas eu pergunto: quantas vezes você toca o corpo de Cristo na pessoa daquele doente, seja ele homem ou mulher, criança ou idoso, em casa ou no hospital?

Para ser mais preciso: quantos doentes,  você atende ou visita por mês? Visitar os doentes é uma forma não de lavar os pés, mas de banhar as pessoas com o amor de Deus.

O gesto do lava-pés é um sinal que evoca serviço amoroso. Sendo Senhor e mestre, Jesus assumiu naquela ceia, a verdadeira atitude de servo, de escravo, mas por amor.

A Teologia e a Mística da Carta Porta Fidei

Entendo que a teologia da Porta Fidei é a teologia do chamado e sua mística é a do seguimento pela vivência da fé testemunhada no dia-a-dia.

1 – O Chamado
Somos chamados, antes de tudo, para testemunharmos o amor de Deus, o qual enche nosso coração e nos impele para o anúncio e a vivência do que anunciamos. O Senhor nos ama e derramou seu amor em nossos corações.

Assim, ele nos chama para nos lançarmos no confronto com o mundo para partilharmos nossa fé, proclamar e testemunhar o seu Evangelho até os confins da Terra. E ele estará conosco “todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). A presença do ressuscitado em nosso meio nos encoraja na luta contra as forças antagônicas à fé.

2 – A mística
A mística da Carta Porta Fidei está centrada na vida em Cristo que é vivência da fé no seguimento a Jesus Cristo. A Carta nos adverte contra dois perigos:
a)                O perigo de vivermos uma fé sem consequências, ou seja, uma fé sem obras.
b)                O perigo de nos preocuparmos, unicamente,  com as consequências da fé: a militância social, cultural, política e nos esquecermos da própria fé. Uma coisa não pode ser assumida sem a outra.

É claro que todas essas preocupações expressam a fé, mas nenhuma dessas dimensões ocupa o lugar da fé.  São consequências da fé, por isso não há fé verdadeiramente autêntica sem essas dimensões.

Mas, onde a fé se alimenta para dar frutos e para ser verdadeira e operante?  O lugar, por excelência, da alimentação da fé é na liturgia. Na celebração litúrgica, a fé se fortalece e se capacita para o  agir,  porque a liturgia é o cume e a fonte da vida da Igreja (SC, 10).

A fé que não é alimentada com a oração pessoal, com a meditação orante da Palavra de Deus e com a celebração dos sacramentos é como o sal insípido e uma luz colocada debaixo da mesa. (Mt 5, 13-16).

A oração revigora, dá sabor e sustenta a fé e a qualifica para o testemunho.
O Ano da Fé é um convite para que aprofundemos a experiência da refontização da nossa fé.

A fonte primeira e original da nossa não é um lugar é uma pessoa, é Jesus Cristo. No mistério da sua natureza divina unida à nossa humanidade, encontramos o real sentido da nossa existência e da nossa fé.  Devemos mergulhar nesse mistério sem medo de naufragar.

Em seguida temos as fontes que alimentam e instruem a nossa fé: a Palavra, os sacramentos, os ensinamentos dos Concílios, os ensinamentos dos Santos Padres, a liturgia, o Catecismo e tudo o que a Igreja dispõe para a santificação do povo de Deus.

Devemos sentir sempre de novo, e ininterruptamente, aquela sede que levou a samaritana ao poço de Jacó. Ali, mais do que água, ela encontrou Jesus que a convida a “crer nele e a beber da sua fonte, donde jorra água viva” (Jo 4,14).

 Que água viva é essa que mata a sede e aumenta o desejo de possuí-la mais e mais? É Jesus. É o seu Espírito de amor derramado em nossos corações, ele é a água viva.
 Espírito do Cristo ressuscitado desperta,    em nós,  o desejo ardente e o gosto de “alimentarmos da Palavra de Deus transmitida fielmente pela Igreja e o desejo do pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (Jo 6, 51). (P.F, 3). Afinal, a obra de Deus consiste em crer e abraçar, pela fé, aquele que o Pai enviou (Jo 6, 29).

Ora, nesse sentido, podemos dizer que o Ano da Fé foi proclamado para que nós proclamemos pela fé a obra de Deus. Precisamos criar, urgentemente, um movimento de volta à fonte da fé.

A verdadeira fonte da fé cristã é Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso salvador.
Estamos vivendo uma das partes mais belas do Ano Litúrgico: o tempo pascal.

Em virtude do mistério de Cristo, Senhor da vida e vencedor da morte, nossa existência é plasmada na ressurreição e centrada no coração do mistério pascal.

O amor de Cristo que nos salvou pela oferta da sua vida na cruz, faz nossa fé operosa. O apóstolo Paulo nos ensina que a fé atua pelo amor (Gl 5, 6). Isto é a caridade é a fé em ação. O amor de Cristo nos impele à vivência da caridade. (2Cor 5, 14).

Se o amor do Senhor levou à oferta da sua vida por nós, logo, nós que nos configuramos a Cristo pelo Batismo devemos prolongar a oblação, a oferta de Cristo pela doação da nossa vida, qualquer que seja nossa condição (leigo ou não).

Portanto, se é Cristo a porta e a fonte da fé,    é por esta porta, ainda que estreita, que devemos entrar para a comunhão da vida trinitária. Ele é a porta estreita, mas sempre aberta para nos dá acesso ao coração de Deus.

 “é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar” e a oferecer nossa vida no santo serviço aos irmãos.

A carta Porta Fidei fala que Cristo continua a enviar-nos pelas estradas do mundo para proclamar seu Evangelho a todos os povos da Terra. (Mt 28, 19) (PF, 7)
Urge um empenho eclesial mais vigoroso que ajude a redescobrir a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé.


Um outro elemento pertinente da mística da carta Porta Fidei é o compromisso.
Esta palavra é banida do vocabulário do secularismo contemporâneo.
A Porta Fidei diz que “a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicado como experiência de graça e alegria”.

A fé torna-nos fecundos porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho capaz de gerar discípulos. A fé abre o coração dos ouvintes para acolher o convite do Senhor a aderir à sua Palavra. Acolher a Palavra é uma forma de acreditar, por isso Santo Agostinho ensina que os crentes “fortificam-se acreditando” (PF, 7).

O Papa Bento XVI quando abriu o Ano da Fé insistiu que ele fosse celebrado de forma digna e fecunda, intensificando a reflexão sobre a fé para ajudar a todos os crentes a tornarem mais conscientes e revigorarem sua adesão ao Evangelho (PF, 8). Acolhendo-o e acreditando com o coração, professando-o e proclamando-o com a boca (Rm 10, 10). Exemplo de Lídia: “O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia” (At 16, 14)

Considerações Finais

1.                O Ano da Fé é um forte apelo a repensar a fé e qualificar a fé.

2.                Na obediência da fé, como Maria, precisamos acolher o anúncio e colocar-nos a serviço uns dos outros, como Maria se colocou a serviço de Isabel.

3.                O Serviço com amor e dedicação nos identifica e configura a Cristo, o servidor da humanidade e qualifica nossa fé. Sabemos que a fé sem o serviço é estéril. Diz o Papa Bento: “a fé sem a caridade não dá fruto e a caridade sem a fé seria um sentimento à mercê da dúvida” (PF, 14). Direi que a fé se explicita no serviço e o serviço é a caridade consumada. Que Deus nos faça seus verdadeiros servidores e  servidoras. Amém!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Papam!


Habemus Papam!

Pe. Joaquim Cavalcante


Os olhos do mundo estavam voltados para a chaminé do velho telhado da Capela Sistina. Antes de a fumaça branca sair, uma pomba veio do alto e pousou sobre ela. O que parecia expectativa e especulação foi se transformando numa verdadeira atmosfera divina. Recordei-me do Batismo do Senhor no Jordão. Uma pomba pairou sobre ele e uma voz disse: “este é o meu filho amado sobre quem eu coloco toda aminha afeição”. Jorge Mario Bergoglio, tu  és o filho amado de Deus Pai, és o filho predileto da Mãe Igreja, filho especial de Inácio de Loyola, tu és o discípulo primeiro do Colégio dos Apóstolos de Jesus Cristo.
Bergoglio, Florão humano da América do Sul, tu és chamado a testemunhar o Evangelho, és chamado a exalar a fragância da santidade e a confirmar na fé de Pedro o povo de Deus. Sim, o povo configurado naquela multidão para a qual tu te inclinaste demonstrando profundo respeito e reverência, lá do alto da sacada vaticana.
Tuas primeiras palavras resgataram esperanças adormecidas, teu gesto falou ao mundo sobre aquela eclesiologia que o Concílio pediu para não ser esquecida. Teu sorriso de anjo, Bergoglio da Argentina, demonstra o coração cósmico, o coração de Deus que pulsa no teu peito de pastor. Teus gestos de Jesuíta disciplinado falam com eloquência da tua simplicidade franciscana.
Bergoglio, parabéns pelo nome que escolheste como sucessor de Pedro. Tu que evocas o perfil físico de João XXIII, o rosto sereno de Paulo VI e o sorriso cativante de João Paulo I, continua a seduzir-nos para Deus com a audácia e a humildade de São Francisco, o “peverello”, o pobrezinho de Assis.
Bergoglio, me permite, faço questão. Agora, sou eu que me inclino e, com respeito e reverência, como filho, humildemente, peço: abençoa-me, Papa Francisco I. 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Obrigado Bento XVI
Roma parou. A Fontana da Praça de São Pedro jorrava silenciosa como uma fiel intérprete das lágrimas dos que choram a sua saída. Enquanto o helicóptero deixava o fascinante e bucólico jardim do Vaticano, os sinos badalavam, os afrescos da majestosa Capela Sistina e os mosaicos seculares da Basílica de São Pedro pareciam mover-se desejando acompanhá-lo. O céu da Cidade de Rômulo estava sereno e em meio à calmaria, nuvens desciam parecendo lenços brancos que saudavam sua inédita partida.
Obrigado por nos ensinar que “Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer escolhas difíceis, sofrer, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio”.
Obrigados por suas homilias, sua teologia, seu testemunho de amor à Igreja, sua sabedoria e humildade. Obrigado pela Encíclica “Deus caritas est”. Nela, aprendemos que “Deus nos ama, mas espera que nós também o amemos”! Obrigado pelo Ano Sacerdotal e o Ano da Fé. São oportunidades para reavivarmos os dons e carismas, vocação e missão. Obrigado pela certeza de que estará perto de cada um de nós, por meio da oração, no silêncio veronil daquele rústico mosteiro, no coração do Vaticano. Como as nuvens que acenam do céu, de mãos estendidas, eu repito: Obrigado Papa emérito, Obrigado Bento XVI. (28 de fevereiro, 2013)

Obrigado Bento XVI
Roma parou. A Fontana da Praça de São Pedro jorrava silenciosa como uma fiel intérprete das lágrimas dos que choram a sua saída. Enquanto o helicóptero deixava o fascinante e bucólico jardim do Vaticano, os sinos badalavam, os afrescos da majestosa Capela Sistina e os mosaicos seculares da Basílica de São Pedro pareciam mover-se desejando acompanhá-lo. O céu da Cidade de Rômulo estava sereno e em meio à calmaria, nuvens desciam parecendo lenços brancos que saudavam sua inédita partida. 
Obrigado por nos ensinar que “Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer escolhas difíceis, sofrer, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio”.
Obrigados por suas homilias, sua teologia, seu testemunho de amor à Igreja, sua sabedoria e humildade. Obrigado pela Encíclica “Deus caritas est”. Nela, aprendemos que “Deus nos ama, mas espera que nós também o amemos”! Obrigado pelo Ano Sacerdotal e o Ano da Fé. São oportunidades para reavivarmos os dons e carismas, vocação e missão. Obrigado pela certeza de que estará perto de cada um de nós, por meio da oração, no silêncio veronil daquele rústico mosteiro, no coração do Vaticano. Como as nuvens que acenam do céu, de mãos estendidas, eu repito: Obrigado Papa emérito, Obrigado Bento XVI. (28 de fevereiro, 2013)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


A renúncia que surpreendeu o mundo

A renúncia do Papa Bento XVI não só surpreendeu o mundo e a Igreja, mas pode ser vista como uma grande lição de humildade, de lucidez evangélica e profundo amor à Igreja.
Quem ama pensa *sempre no  bem do que é amado. Nesse momento em que a história registra a fome e a ganância de tantos pelo poder, momento em que muitos estão lutando para permanecer nos tronos ornados de crisântemo como mandatários absolutos, aquele que nós católicos professamos como sucessor de Pedro renuncia seu posto para que outro, com mais vigor físico espiritual possa assumir.
O Papa Bento XVI é um homem de grande vigor espiritual, mas a fragilidade, da idade limita o bem que ele poderia continuar fazendo. Ele deixa para todos nós um imensurável legado teológico, o testemunho de uma integridade insuperável e o exemplo de dedicação ao reino e à Igreja. Eu o vejo como o teólogo do profundo e o Papa da mistagogia. Quando ele fala preenche os corações e encanta as inteligências que o escutam. É um verdadeiro místico de inteligência crítica e observância intelectual.
Que sua palavra, seu ensinamento, seu olhar tímido, seu silêncio eloquente e seu testemunho de santidade ética continuem ecoando por entre as colunas de Bernini e no coração de toda a Igreja do Senhor.

Pe. Joaquim Cavalcante
Itumbiara-Goiás