Habemus Papam!
Pe. Joaquim Cavalcante
Os olhos do mundo
estavam voltados para a chaminé do velho telhado da Capela Sistina. Antes de a
fumaça branca sair, uma pomba veio do alto e pousou sobre ela. O que parecia expectativa
e especulação foi se transformando numa verdadeira atmosfera divina. Recordei-me
do Batismo do Senhor no Jordão. Uma pomba pairou sobre ele e uma voz disse: “este
é o meu filho amado sobre quem eu coloco toda aminha afeição”. Jorge Mario
Bergoglio, tu és o filho amado de Deus Pai, és o filho predileto da Mãe Igreja,
filho especial de Inácio de Loyola, tu és o discípulo primeiro do Colégio dos
Apóstolos de Jesus Cristo.
Bergoglio, Florão
humano da América do Sul, tu és chamado a testemunhar o Evangelho, és chamado a
exalar a fragância da santidade e a confirmar na fé de Pedro o povo de Deus.
Sim, o povo configurado naquela multidão para a qual tu te inclinaste demonstrando
profundo respeito e reverência, lá do alto da sacada vaticana.
Tuas primeiras palavras
resgataram esperanças adormecidas, teu gesto falou ao mundo sobre aquela eclesiologia
que o Concílio pediu para não ser esquecida. Teu sorriso de anjo, Bergoglio da
Argentina, demonstra o coração cósmico, o coração de Deus que pulsa no teu
peito de pastor. Teus gestos de Jesuíta disciplinado falam com eloquência da
tua simplicidade franciscana.
Bergoglio, parabéns
pelo nome que escolheste como sucessor de Pedro. Tu que evocas o perfil físico
de João XXIII, o rosto sereno de Paulo VI e o sorriso cativante de João Paulo I,
continua a seduzir-nos para Deus com a audácia e a humildade de São Francisco,
o “peverello”, o pobrezinho de Assis.
Bergoglio, me permite,
faço questão. Agora, sou eu que me inclino e, com respeito e reverência, como filho,
humildemente, peço: abençoa-me, Papa Francisco I.